As obras de reforma da Biblioteca Estadual Câmara Cascudo seguem em ritmo acelerado desde a semana passada.
Confira a matéria publicada nesta quarta-feira (23.08.2017) na Tribuna do Norte sobre as obras de reforma da Biblioteca Estadual Câmara Cascudo.
As obras de reforma da Biblioteca Estadual Câmara Cascudo seguem em ritmo acelerado desde a semana passada. A reportagem da TN esteve em visita ao prédio na tarde de terça-feira (22), quando dez funcionários se dividiam em tarefas que iam da construção da rampa de acessibilidade à colocação da fiação elétrica. Apesar de boa parte da estrutura já está finalizada, a expectativa é de que, até o final de novembro, o prédio seja entregue para Fundação José Augusto (FJA) iniciar o trabalho de instalação do acervo, dos móveis, computadores e demais equipamentos de pesquisa.
Fechada desde 2012, a Biblioteca CC deverá ser reaberta a população com estrutura repaginada, novos espaços para atividades e acervo atualizado. A previsão de abertura é para o primeiro semestre de 2018, mas sem data fixada ainda.
Dividida em três pavimentos, a Biblioteca terá galeria de arte, café, 20 estações de pesquisa, três salas de vídeo com ilha de edição para consulta de material audiovisual, sala específica para literatura infantil, com estrutura para receber crianças, sala para obras raras da literatura potiguar, sala para títulos raros da literatura nacional e auditório com capacidade para 60 pessoas.
As obras também contemplam serviços de cobertura, instalação hidráulica, elétrica, climatização, combate a incêndio, elevadores, plataformas e acessibilidade, pisos e revestimentos, esquadrias de alumínio, grades de proteção e sistema de segurança. Segundo o coordenador do Livro e Leitura da FJA, Ailton Medeiros, o prédio está passando por uma reforma profunda e completa, que concluída, deve dar vida nova ao equipamento e a região.
“Alguns serviços que estão sendo instalados são inéditos, como o de combate a incêndio. Vamos colocar um gradeado na frente da Biblioteca, algo que também não tinha antes. O isolamento acústico (para impedir o vazamento do som que vem do Colégio Atheneu, no terreno vizinho) era algo que não estava no projeto inicial, assim como o sistema de iluminação, que no caso de uma biblioteca, precisa ser específico. Tudo está sendo feito”, diz Ailton. “Até a galeria de arte, que na Biblioteca antiga era meio improvisada, agora será um espaço adequado para exposição”.
A reforma e modernização da Biblioteca está orçada em R$ 2,5 milhões. Os recursos vieram parte do Governo do Estado, por meio do Programa Governo Cidadão (ex-RN Sustentável), parte do Ministério da Cultura (MinC), este último já aplicado na estrutura.
“As obras estão perto do final. Com a entrega do prédio vamos dar prosseguimento a limpeza do espaço, instalação dos móveis e aparelhos. Tudo já foi adquirido. Essa fase leva um tempo, mas queremos concluir o quanto antes para reabrir a biblioteca em pleno funcionamento”, conta o gestor.
Ailton atenta ainda para outros detalhes estruturais para serem definidos. “Não dá para afirmar, por exemplo, que em janeiro a biblioteca será aberta. Também precisamos de técnicos para a colocarmos em funcionamento. Nesse sentido estamos vendo uma parceria com a UFRN para conseguirmos pessoal capacitado. Questões de horário de funcionamento, sistema de empréstimo, tudo ainda será definido”, explica.
R$ 100 mil para compra de livros
E acordo com dados da FJA, o atual acervo da biblioteca conta com mais de 100 mil peças. As obras estão embaladas e ordenadas em cerca de duas mil caixas na Cidade da Criança.
Ailton Medeiros diz que para a abertura da Biblioteca novas obras serão adquiridas para atualizar o acervo. “Conseguimos R$ 100 mil para compra de obras. Por se tratar de uma biblioteca do Estado, de nome Câmara Cascudo, é papel dela valorizar nossa literatura. Vamos focar exclusivamente na aquisição de livros de autores potiguares em editoras locais, obras recentes”, explica o gestor.
Alguns exemplares serão restaurados para reutilização. Diretor da instituição, o bibliotecário Márcio Rodrigues contou em maio a TRIBUNA DO NORTE que o trabalho de catalogação digital do acervo já foi feito.
Mas não basta só reabrir a biblioteca. É preciso organizar um calendário de atividades. Segundo, Ailton, esse talvez seja o trabalho mais difícil a ser realizado, que é manter uma programação. “Pela essência do equipamento público, vamos promover ações de estímulo à leitura. Algumas atividades podem vir a ser permanentes. Queremos realizar bate papos com autores, dentre outros projetos”, diz. Inaugurada em 1969, pelo governador Monsenhor Walfredo Gurgel, a Biblioteca CC completará 50 anos em 2019, para tanto, a FJA já pensa numa programação especial para as comemorações. “Nossa ideia é iniciar uma programação que comece em 2018 e vá até o aniversário da Biblioteca. Ainda vamos definir as ações”.