Hospital da Mulher passa a ofertar exame de histeroscopia diagnóstica
com informações da Agecom Uern e Sesap16/06/2023
Implantação do novo serviço representa um passo significativo para a redução da fila de espera por esse exame no Estado
O Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, localizado em Mossoró, a partir de parceria com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), está ofertando entre outros exames para a saúde da mulher, a histeroscopia através do Ambulatório de Histeroscopia Diagnóstica. O procedimento de imagem, minimamente invasivo, possibilita a observação do útero, sendo essencial para o diagnóstico de alguma anormalidade. A implantação do novo serviço representa um passo significativo para a redução da fila de espera por esse exame no Estado. O equipamento de saúde é o único da rede pública de Mossoró a oferecer o exame.
A coordenadora da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Ciências da Saúde (Facs) da Uern, a médica ginecologista Isabelle Cantídio explica as vantagens que o procedimento proporciona. “Nós temos a possibilidade de ver as lesões, de programar uma biopsia dirigida no local que deve ser feito e resolver o problema da paciente de uma forma mais efetiva. É um exame extremamente seguro. Com o advento da histeroscopia, nós deixamos para trás as visualizações às cegas, digamos assim. As manipulações às cegas da cavidade uterina não mais acontecem, dando lugar ao histeroscópio e a histeroscopia cirúrgica ambulatorial, muito bem vinda na ginecologia moderna”, ressaltou.
A médica ginecologista e histeroscopista Rejane Holanda explicou que, com o exame, é possível visualizar a cavidade uterina e identificar possíveis lesões, pólipos, miomas, malformações uterinas, aderências, septos, sangramento pós-menopausa e sangramento anormal, entre outras situações.
“É um exame feito no ambulatório, sem precisar de anestesia, em alguns casos apenas uma analgesia uma hora ou duas horas antes do procedimento e com a paciente em posição de ginecológica. A gente usa um aparelho chamado histeroscópio, que tem um calibre bem reduzido e na ponta dele há uma microcâmera que através dela a gente tem condição de estudar essa cavidade”, detalhou.
A oferta do exame também é uma oportunidade de aprendizagem para os(as) médicos(as) residentes.“Com esse acompanhamento a gente vai tendo mais acesso às pacientes que precisam desse serviço. Com isso, a gente vai ganhar mais conhecimento, vendo como é feito para que, em breve, sejamos nós a realizar, no futuro, esse procedimento aqui no Hospital da Mulher”, comentou Cássia Lorena, residente em Medicina.
Serviço O exame pode ser feito todas as quartas-feiras, a partir das 13h. O atendimento funciona de forma regulada, ou seja, as pacientes serão encaminhadas através de um sistema de regulação do estado.
Os primeiros atendimentos estão sendo ofertados às pacientes que foram atendidas no Ambulatório de Ginecologia do Hospital da Mulher e que foi detectada a necessidade de realização do exame. A partir de julho, os procedimentos serão feitos com as pacientes que estão na lista de espera do Estado. Para ter acesso, é preciso procurar a secretaria de saúde do município onde reside para entrar na regulação.
“Todas as mulheres da nossa macrorregião, que comporta 63 municípios, que já estão nessa lista de espera serão agendadas. Posteriormente, desafogando essa fila, nós vamos começar a fazer a regulação por município”, explicou a enfermeira Eliza Freitas, coordenadora do Ambulatório.
HOSPITAL DA MULHER Inaugurado em dezembro de 2022, o Hospital da Mulher, conta com números tão expressivos, que o elevaram ao posto de maior unidade gerida pelo Governo do Estado. Em espaço físico, são 15 mil m² de área construída, com um prédio central dividido em quatro andares. A estimativa é que 20 mil atendimentos anuais sejam realizados quando o hospital estiver com funcionamento total, recebendo pacientes de mais de 60 municípios. Os recursos estaduais aplicados na nova unidade especializada em saúde feminina foram garantidos pelo empréstimo junto ao Banco Mundial, por meio do Projeto Governo Cidadão e da Sesap, com fiscalização da Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN).
O hospital é focado em gestação de alto risco, urgência obstétrica e ginecológica, cuidados neonatais, assistências cirúrgicas neonatal e ginecológica, apoio diagnóstico por imagem, laboratorial clínico e de pesquisa e banco de leite. A obra física teve um custo de R$ 89,5 milhões, enquanto as licitações para compra de equipamentos, mobiliários e veículos para a unidade somaram cerca de R$ 45 milhões. Todas as licitações contaram com consultas públicas para dar transparência e promoverem uma ampla concorrência entre empresas do ramo hospitalar. Além disso, foram amparadas pelas Diretrizes de Aquisições do Banco Mundial e por análises das áreas técnica e jurídica do Projeto Governo Cidadão.