Governo Cidadão apoia parceria do Estado com Embrapa e Sebrae RN para ampliar Algodão Ecológico Potiguar
Governo Cidadão23/11/2022
Agricultores familiares são os principais responsáveis pela ampliação que já chegou a 339 hectares produtivos
Apoiada pelo Projeto Governo Cidadão, a revitalização da cultura do algodão no Rio Grande do Norte recebeu reforço. Nesta quarta-feira, 23, a governadora Fátima Bezerra assinou um acordo de cooperação técnica com a Embrapa Algodão e com o Sebrae-RN para “alcançar a meta de chegar à produção de algodão em mil hectares e envolvendo mais de 800 famílias, em 2023”.
A assinatura ocorreu nesta quarta-feira (23), durante o Seminário Estadual de Avaliação do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar (PAAP), no Auditório da Emater-RN, no Centro Administrativo, em Natal. Na ocasião a gestora estadual disse que o RN já está colhendo frutos dos primeiros passos do projeto e que, em 2023, "serão firmadas novas parcerias importantes para avançarmos cada vez mais na melhoria da qualidade de vida do nosso povo, com trabalho, renda e inclusão social". O termo de compromisso assinado contempla a capacitação de 300 famílias de agricultores familiares na área da cotonicultura.
O evento foi promovido pela Sedraf e Emater; já o PAAP foi idealizado pelo comitê gestor rural do RN, formado pelo Governo Cidadão, pelas secretarias de Agricultura Familiar (Sedraf) e Agricultura, Pecuária e Pesca (SAPE), Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) e pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (IDIARN).
Avaliação positiva
Já neste seu primeiro ano de implantação, o PAAP, realizado pelo Governo do Rio Grande do Norte por meio das secretarias de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sedraf), Emater e parceiros da sociedade civil, foi positivamente avaliado por envolver 254 famílias de agricultores familiares e uma área produtiva de 339,5 hectares, sendo sua maior parte no Sertão de Apodi, com 120 hectares; a produção total chegou a 117 toneladas de algodão e R$ 500 mil comercializado.
Neste primeiro ano, o PAAP está ativo em 40 municípios e 102 comunidades. Dos 10 territórios do RN, oito participam (Alto Oeste, Sertão de Apodi, Sertão Central, Seridó, Assú/Mossoró, Mato Grande, Trairi e Potengi). O PAAP foi lançado em 21 de dezembro de 2021 para revitalizar a cultura do algodão com base agroecológica, manejo adequado à proteção do meio ambiente e acesso ao mercado com comercialização justa.
Titular da Sedraf, Alexandre Lima disse que o resgate dessa cultura "acontece com novo modelo de produção e comercialização garantida a partir de preço justo. O Governo do Estado garante políticas públicas para atender ao produtor e promover desenvolvimento econômico e social sustentável. Em 2023 vamos fazer melhor e chegar a mil hectares de algodão implantado no RN".
“É uma ação totalmente alinhada ao escopo do Governo Cidadão e que por isso conta com o nosso apoio”, disse o coordenador do Governo Cidadão e secretário de Estado de Infraestrutura, Gustavo Coêlho. Em 2023 o Sebrae-RN, além da Embrapa Algodão, se soma aos parceiros do PAAP, que já conta com o Instituto Casaca de Couro, Diaconia, Central Justa Trama, Acopasa, Rede Xique Xique, Norfil, FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e Secretarias Municipais de Agricultura.
Cotonicultura
Matéria-prima versátil em todo o mundo, o algodão é utilizado em diversas indústrias, desde a têxtil, onde sempre ocupou destaque na moda, até a indústria alimentícia, com o óleo extraído de suas sementes sendo recomendado por suas características saudáveis.
O Rio Grande do Norte, que já ocupou posição nacional de destaque na cotonicultura, está retomando sua produção de forma sustentável para alavancar a economia no semiárido por meio da elaboração do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar, que busca a revitalização desta cultura associada aos sistemas agroalimentares e com a produção de algodão agroecológico já certificado e com comercialização totalmente articulada.
Algodão Agroecológico
Essa modalidade de cultivo surgiu na Paraíba com o objetivo de melhorar o sistema tradicional da plantação de algodão que utiliza alta carga de agrotóxicos em um sistema monocultor cuja consequência é a contaminação e o empobrecimento do solo e uma fibra que, a longo prazo, pode perder qualidade. Produtores paraibanos começaram, então, a plantar o algodão na época de chuvas e com um espaçamento maior entre as plantas, dificultando ataques do bicudo, espécie de besouro que dizimou plantações no RN.
Histórico no RN
A produção de algodão em solo potiguar ocupou lugar de destaque nacional entre os anos de 1960 e 1980, quando o chamado “ouro branco” chegou a responder por 40% da arrecadação de ICMS, gerando emprego para milhares de potiguares, especialmente nos municípios de Afonso Bezerra, Pedro Avelino, Angicos, São Tomé e João Câmara. A cotonicultura expandiu linhas férreas de mais de 500 quilômetros em território potiguar, por onde escoavam a produção das usinas algodoeiras. Nos anos 1970, o Nordeste foi o maior produtor nacional de algodão.
Também participaram do seminário o Diretor-técnico do Sebrae RN, João Hélio; o representante da FAO para o Brasil, Gustavo Chianca; Alderi Emídio, chefe da Embrapa Algodão; o diretor-geral da Emater, César Oliveira; secretário adjunto da Sape, Marcelo Junior; Mario Manso, diretor Idiarn; João Bosco, da Agência de Fomento do RN; Geane Bezerra, consultora da FAO/ONU para o PAAP; vereadora e deputada estadual eleita, Divaneide Basílio; deputada estadual Isolda Dantas; deputado federal eleito Fernando Mineiro, que, como secretário de Estado, articulou a construção do PAAP com os órgãos e secretarias de Estado vinculados ao setor.