Pinacoteca do Estado recebe a exposição “Rastejar - No rasto de Lamartine”
Assecom Governo Cidadão08/08/2022
Equipamento foi revitalizado pelo Executivo estadual a partir do acordo de empréstimo com o Banco Mundial
Depois de recuperada e entregue para uso de potiguares e turistas, a Pinacoteca do Estado está recebendo mais uma exposição. Desta vez, a edificação que passou por melhorias em sua estrutura a partir da aplicação de R$ 6,4 milhões em recursos estaduais obtidos junto ao Banco Mundial, com apoio da Secretaria Estadual de Turismo (Setur), abriu suas portas à “Rastejar - No rasto de Lamartine”, novo trabalho do fotógrafo Vlademir Alexandre. A exposição traz atores e cenários tradicionais do sertão, com poesias que vão desde um vaqueiro em galope até os açudes cheios na invernada. São 37 imagens que retratam cenas peculiares e cheias de sentimento, como o fumegar de uma panela com canjica de milho, ou mesmo o raiar da manhã.
Sobre o conceito da mostra, Vlademir resume: “É uma provocação à percepção de um Nordeste a partir de sua essência, um ensaio fotográfico de imersões para o universo da linguagem, da origem e da identidade sertaneja a partir dos escritos de Oswaldo Lamartine que, após o ano de seu centenário, propõe ressignificar o lugar, uma vivência possível no aportar ao tempo, o espírito e o fazer sertanejo do homem e da mulher do campo como atores de suas crenças e edificadores do imaginário popular”.
Múltipla, a exposição envolve as expressões artísticas de desenhos, textos, fotografias. Para expor este resultado, o fotógrafo debruçou-se por quase vinte anos em registros fotográficos e pesquisas sobre a obra do chamado “sertanólogo” e escritor que se tornou referência sobre o tema, após 21 livros publicados.
Os visitantes estão tendo a oportunidade de fazer uma “imersão transversal na obra de Lamartine, já que é atravessada pela minha própria impressão desta obra”, diz o autor, nascido no Rio de Janeiro e radicado em Natal, “migração oposta à feita por Lamartine”. Vlademir destaca a “capacidade de Lamartine de fazer um mapeamento técnico e preciso sobre os costumes do Seridó, mas com a força da poesia e da cultura popular, o que o torna singular”. Segundo a escritora Rachel de Queiroz, que consultou Lamartine para escrever o clássico “Memorial de Maria Moura”, ele é o maior “sertanólogo” do Brasil.
Sobre a Pinacoteca Após um hiato de quase quatro anos, o prédio de arquitetura neoclássica foi reaberto, em dezembro de 2021, totalmente restaurado e com melhorias implantadas, como elevadores e rampas de acessibilidade, sistema central de climatização, banheiros adaptados, ambientes climatizados, câmeras de segurança e uma moderna estrutura para eventos com sonorização e cabeamento estruturado. Também foram feitos serviços de restauração, revestimentos, recuperação de louças, metais e acessórios, esquadrias, instalações elétricas e hidráulicas, combate a incêndio, serviços de esgoto e águas pluviais.
Localizado na Praça Sete de Setembro, na Cidade Alta, em Natal, o prédio de 150 anos reúne a mais relevante produção potiguar de artes plásticas em acervo próprio do Governo do Estado composto por 580 obras, a Pinacoteca traça uma panorâmica da pintura no Rio Grande do Norte com nomes como Thomé, Newton Navarro, Tarsila do Amaral e Dorian Gray, incluindo exemplares de Alfredo Volpi, Cícero Dias, Fayga Ostrower, Maria do Santíssimo, Moura Rabello e Hostílio Dantas. A escultura do Budha de Laos, feita no século XII em chumbo e banhada a ouro, é uma das peças mais célebres do acervo.
O prédio é considerado a edificação com a maior expressão da arquitetura neoclássica em Natal. Construído entre 1866 e 1873, abrigou a Assembleia Legislativa e a Tesouraria Provincial. O imóvel é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e, por isso, foi requerido restauro especializado e serviços mais detalhados.
A exposição “O Sertão Virou Mar” está aberta ao público gratuitamente, de terça a domingo, das 8h às 16h, na Praça 7.